Aprendi por fim a ser compreensivo com a frase "apertar o sinto" e solidário com quem, em política, arrisca a sua popularidade no preente para assegurar o futuro do país. Muitos políticos evitaram no passado medidas mais duras (embora necessárias) para assegurar a sua reeleição, a aclamação do povo; o actual governo não teme contudo os apupos pois sabe, como eu sei, que estão a lutar pelo melhor. Também esses são os valores da esquerda, os valores do PS.
Daí sentir-me intrigado quando observo tamanha contestação por parte dos Partidos acima ilustrados. Como esperariam estes atravessar a crise mundial, minimizando os prejuízos a curto prazo? Será que não se inteiraram das verdades que comecei por enunciar?
Ou não será que interpretaram mal a perigrosa situação política que enfrentamos por este ano de 2010? A eleição do Passos Coelho - o jovem carismático que uniu o PSD em seu torno - pode representar o colapso do estado social, o fim da saúde publica ou do ensino gratuito que sendo promovidos plo PS, exigiram décadas de trabalho para solidificar. Foram vitórias da esquerda portuguesa, reconhecidas até ao momento por todos os Partidos. Mas se Passos vencer as legislativas em 2013, os jovens mais carenciados no ano seguinte poderão não ter condições para levarem a cabo uma formação condigna, enquanto que aos seus pais e avós poderão ser recusados os cuidados básicos de saúde. Passos assume com orgulho a sua vertente neoliberal, representando uma mudança profunda das políticas aplicadas nos ultimos trinta e seis anos.
É contra isso que combatemos, a realidade que devemos a todo custo evitar. Os partidos de esquerda devem compreender que neste momento crucial, é muito mais aquilo que nos une do que nos separa. Mobilizem-se as tropas, apontem-se as armas. Aproxima-se a guerra pelo nosso Portugal, um Portugal de todos.

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