terça-feira, 27 de abril de 2010

A dureza de Teixeira dos Santos!

As agências de rating - organizações privadas - que tiveram um papel central na crise em que vivemos e, surpreendentemente, ainda gozam de credibilidade, baixaram o rating da dívida nacional.
Teixeira dos Santos reagiu ao ataque com a firmeza que se lhe exigia.
Nas vésperas da Islândia declarar bancarrota, as agências de rating cotavam este país com a melhor classificação. E Portugal, quando é que faliu? Anteontem?
Não é admissível que as agências de rating tenham um poder extraordinário, quando partilham o nível de credibilidade com os praticantes das ciências ocultas. Já prejudicaram suficientemente o mundo, para que os mercados ainda oscilem de acordo com as suas crenças.
Há quem diga que o problema da dívida, como o de outros índices macroeconómicos se agudiza pelo facto de Portugal ter perdido, nesta e noutras matérias, atribuições para os órgãos da União Europeia. Não é essa a questão. A questão é que a própria União abdicou da possibilidade de emitir moeda nestes casos, pelo fraco controle que exerce sobre o BCE. Antigamente os reis emitiam moeda para elevar a inflação (com compensações salariais), o que baixava imediatamente o peso da dívida, dada a desvalorização da moeda. Isso enfurecia os judeus, que era quem controlava a finança no tempo. Tanto, que chegaram a ser expulsos do Reino. Os Estados e a União abdicaram dessa função de soberania, tendo a finança vencido ao poder político.
Até aqui, privatizaram-se os lucros e nacionalizaram-se os prejuízos. É necessária uma nova forma de ver o mundo.